segunda-feira, 25 de junho de 2007

Quando o mal está feito!...

A fitorremediação pode ser definida como, o uso de vegetação in situ para o tratamento de solos contaminados. As plantas podem remediar os solos contaminados com metais pesados através de diversos mecanismos: fitoextracção, fitoabsorção, fitoestabilização e rizorremediação.
No campo da fitorremediação de solos contaminados com metais pesados, a fitoextracção, que compreende a absorção e acumulação dos metais pesados nos tecidos das plantas, tem sido a técnica mais estudada devido sobretudo à possibilidade de elevada eficiência que pode apresentar e também à possível valorização económica. A acumulação de metais pelas plantas só é eficiente se o contaminante for depois removido do solo, através, por exemplo, da colheita da matéria vegetal. Em geral, é necessário colher as plantas antes da queda das folhas ou antes da sua morte e decomposição, de modo a que os contaminantes não se dispersem ou retornem ao solo. Depois da colheita, a biomassa poderá ser processada para extracção e recolha da maior parte dos metais e da matéria vegetal para produção de pasta de papel, rações e aditivos para o solo.

Saudações metálicas...


Heavy Reading:

Chaney, R.L., Malik, M., Li, Y.M., Brown, S.L., Brewer, E.P., Angle, J.S. e Baker, A.J.M. (1997) Phytoremediation of soil metals. Current Opinions in Biotechnology, 8, 279-284.
Cunningham, S.D. e Ow, D.W. (1996) Promises and Prospects of Phytoremediation. Plant Physiol., 110, 715-719.
Gupta, S.K., Herren, T., Wenger, K., Krebs, R., Hari, T. (2000) In situ gentle remediation measures for heavy metal - polluted soils. In: Terry, N. and Bañuelos, G. (eds), Phytoremediation of contaminated soil and water, Lewis Publishers, Boca Raton, EUA, pp 303-322.
Kumar, P.B.A.N., Dushenkov, V., Motto, H. e Raskin, I. (1995) Phytoextraction: The use of plants to remove heavy metals from soils. Environ. Sci. Technol., 29 (5), 1232-1238.
Salt, D.E., Blaylock, M., Kumar, P.B.A.N., Dushenkov, V., Ensley, B.D., Chet, I., e Raskin, I. (1995) Phytoremediation: a novel strategy for the removal of toxic metals from the environment using plants. Biotechnology, 13, 468-474.

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Metais que fazem bem... q.b.!

A maior parte dos metais não apresenta actividade biológica. No entanto alguns apresentam-se como micronutrientes, ou seja, elementos que não podem ser produzidos pelo organismo (têm que ser ingeridos) e que são necessários em baixas concentrações. De facto muitas enzimas e outras proteínas estão dependentes da presença de um elemento metálico para conseguirem actuar. Um bom exemplo disso é a hemoglobina presente nos glóbulos vermelhos que é uma que transporta o oxigénio e que tem um grupo heme, um grupo que possui um núcleo com ião Fe2+ (na imagem: "iron" em inglês, Ferro) que dá ao sangue a cor vermelha. Outro exemplo é por exemplo a enzima que faz a multiplicação do DNA nas células, a DNA polimerase: também esta enzima apenas actua na presença de um ião Mg2+ Sem este metal, a multiplicação celular pode ficar comprometida e os organismos não se desenvolvem. Muitos outros metais, alguns deles onsiderados metais pesados (ex.: Crómio), são essenciais para o metabolismo correcto das nossas células mas, em grandes quantidades podem ser prejudiciais!
Por curiosidade, há animais, como a lula e o polvo que se dizem de “sangue azul”. Na verdade nestes animais os glóbulos vermelhos não possuem hemoglobina mas sim uma molécula muito parecida, a hemocianina que contem um núcleo de cobre em vez de um grupo ferro.

Are you talking to me?
Saudações metálicas!!
Heavy Reading
Odum, Eugene. Fundamentos de Ecologia. Fundação Calouste Gulbenkian. 6ª edição.
Nelson, D., Cox, M. (2004) Lehninger Principles of Biochemistry, Fourth Edition. W. H. Freeman.
http://www.infarmed.pt
http://www.newton.dep.anl.gov/natbltn/500-599/nb584.htm

… da água às cadeias alimentares!


Existe um elevado risco para a Saúde Pública quando os metais pesados acumulados no solo e na água são assimilados pelas raízes das plantas ou pelos organismos presentes no solo, porque se propagam ao longo da cadeia alimentar de uma forma muito característica: uma planta ou um produtor assimila os metais presentes no solo armazenando-os na sua estrutura sob determinada concentração. Ora um herbívoro ou consumidor primário, que se alimenta destas plantas, ingere os metais presentes em várias plantas acumulando-os no seu corpo a uma concentração equivalente às várias plantas contaminadas das quais se alimentou até ali. Depois um carnívoro que se alimenta de herbívoros, ingere ao longo da vida vários herbívoros contaminados e acumula no seu corpo uma concentração equivalente a todos estes herbívoros e às várias plantas das quais estes se alimentaram. Este mecanismo, denomina-se bioacumulação e prossegue até ao fim da cadeia alimentar onde os grandes consumidores acumulam enormes concentrações de metais no seu organismo. Estas concentrações elevadas permitem que os efeitos da intoxicação por metais sejam suficientemente fortes para provocar doenças a diversos níveis onde cada metal actua de forma muito particular. Se tivermos em conta que o homem é o consumidor por excelência... vamos começar a apitar nos detectores de metais dos areoportos!



Saudações metálicas!

Heavy Reading

Odum, Eugene. Fundamentos de Ecologia. Fundação Calouste Gulbenkian. 6ª edição.
WHO. 1995. IPCS – Environmental health criteria for lead. Geneva: World Health Organization.
www.ff.up.pt/toxicologia/monografias/ano0304/Dioxinas/gloss.htm (definição)

Do solo à água…

O solo foi, é, e continuará a ser um dos principais receptores de metais pesados. Aí são depositados, apesar da existência de algumas leis que visam a sua protecção. Esta contaminação tem sobretudo as origens seguintes: municipal e industrial (esgotos, aterros, injecção de efluentes em furos, deposição de lamas de depuração em zonas agrícolas, bacias e lagoas para efluentes líquidos e lamas, parques de lamas, tanques de armazenamento, subterrâneo ou não, cemitérios e contentores de resíduos, instalações de incineração, condutas e valas de transporte de efluentes, derrames, etc); agrícola (aplicação de fertilizantes e pesticidas); entre outras (exploração mineira, exploração petrolífera, estações de serviço, bases e actividades militares, oleodutos, tráfego, deposição atmosférica, etc.) No solo, os metais pesados tendem a ligar-se fortemente às argilas e outras partículas, concentrando-se e acumulando-se nas camadas superiores. No entanto, estes elementos podem ser “lixiviados”, acumulando-se nas águas subterrâneas. E nesse caso, a qualidade das águas subterrâneas, que muitas vezes são ser utilizadas no abastecimento doméstico, industrial ou para rega pode ser preocupante. Pois... os metais chegam à água... Estão a ver o problema?


Ciclo da Água
Saudações metálicas...
Heavy Reading:

De onde vieram? Quantos são, quantos são?

Fontes e reservatórios de metais pesados

Os metais pesados são componentes naturais da crosta Terrestre. Não podem ser degradados ou destruídos. Estes elementos entram para os organismos vivos e para o ambiente numa pequena percentagem através dos alimentos, água e ar. Após a sua introdução, estes elementos mantêm-se durante muito tempo no ambiente e sistemas biológicos. Alguns deles como o cobre, selénio, zinco ou o magnésio são essenciais para manter o metabolismo dos seres vivos, incluindo o homem. No entanto a elevadas concentrações os metais pesados podem levar ao envenenamento. A sua introdução no ambiente é feita através de diversos processos: dissolução nas águas, reacções enzimáticas, introdução nos organismos produtores, etc. Hoje, a maior fonte de metais pesados é a extracção em minas, utilização como matéria-prima e sua libertação nos resíduos e emissões industriais, domésticas e urbanas. Exemplo disso é a sua utilização nas fundições ou o uso de combustíveis ricos em metais, que após a sua combustão os libertam para a atmosfera sob a forma de partículas ou vapores.
Apesar de já terem sido reconhecidos os perigos da utilização destes metais ainda é notória a presença de metais pesados em diversos materiais industriais mais antigos: canalizações, material de construção, vidro, cristal, tintas, plásticos, cerâmicas, cosméticos e fotografias.

Saudações metálicas!!...

Heavy Reading


Prista J. 2004. Aspectos Toxicológicos da Exposição Profissional a agentes químicos. Lisboa: Universidade Nova de Lisboa – Escola Nacional de Saúde Pública. Texto de apoio ao Ensino da Toxicologia do Trabalho.

Prista, J.; Uva A. S. 2005 Exposição profissional a agentes químicos – os indicadores biológicos na vigilância de saúde pública dos trabalhadores: Sociedade Portuguesa de Medicina no Trabalho. Manual para Alunos.


quarta-feira, 23 de maio de 2007

Metais Pesados: "q'est ce que c'est"?

O termo “metal pesado” é uma classificação artificial que designa elementos de elevada densidade e que apresentam propriedades semelhantes a metais à temperatura ambiente. No entanto, recentemente este termo tem sido utilizado para designar o grupo de metais e semimetais que estão associados com contaminação e potencial toxicidade e ecotoxicidade a baixas concentrações. Há mais de 40 definições para o grupo dos metais pesados dependendo dos elementos que o constituem, da utilização entre outros critérios usados para a sua classificação, fazendo deste termo uma designação um pouco arbitrária e imprecisa. Alguns exemplos de metais pesados incluem o mercúrio, cádmio, arsénio, crómio, talio, chumbo, zinco, cobre, selénio, entre os muitos que se encontram no vídeo (post anterior)!

Saudações metálicas...
Heavy Reading:

http://en.wikipedia.org/wiki/Heavy_metals
http://pt.wikipedia.org/wiki/Metais_pesados
Duffs, J. H..(2002). "Heavy Metals- A Meaningless Term?". Pure Appl. Chem. 74(5): 793-807.

Se pensarmos que a maioria são metais...

Deliciem-se...

Saudações metálicas...

Porque são metais?

Em química, a classificação dos elementos químicos é baseada nas características físicas dos elementos. Inicialmente, os elementos eram subdivididos em duas classes: metais e não-metais. Com a descoberta de novos elementos, os elementos químicos são divididos em quatro classes: metais, não-metais, semimetais (metalóides) e gases nobres (gases inertes).
Os metais são os elementos químicos que geralmente têm brilho característico, apresentam maleabilidade e ductilidade, são bons condutores de calor e electricidade, reflectem a luz e têm tendência a perder electrões para formar iões positivos (catiões). São muitas vezes descritos como aglomerados de átomos de carácter metálico em que os electrões da camada de valência são pouco atraídos ao núcleo, fluindo livremente.
Na tabela periódica, a linha diagonal desde o Boro (B) ao Polónio (Po) separa os metais dos não metais. Para a direita estão os não-metais e para a esquerda os metais (com excepção do hidrogénio pelas suas características muito particulares.



Saudações metálicas...

Heavy Reading:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Metal
http://en.wikipedia.org/wiki/Metal
http://www.chemicalelements.com/
http://www.webelements.com/
http://matse1.mse.uiuc.edu/metals/metals.html

quarta-feira, 16 de maio de 2007

A Criação

Uma grande parte dos objectos e materiais utilizados pelo homem têm elementos metálicos em maior ou menor concentração e a sua extracção da crosta terrestre é desde os tempos mais remotos a maior fonte destes elementos. Os metais têm propriedades muito particulares que os tornam bons materiais para as mais diversas aplicações. No entanto, a utilização dos metais pelo homem promoveu a sua introdução nos sistemas biológicos com efeitos não só para os organismos vivos como para o ambiente. Em particular, os “metais pesados” têm efeitos devastadores sobre os seres vivos e são responsáveis por enormes problemas ambientais. Actualmente reconhecem-se estes efeitos e a sua magnitude nos ecossistemas pelo que se tem vindo a diminuir a sua utilização e a promover a sua eliminação dos sistemas biológicos.
Este Blog foi elaborado no âmbito da disciplina de Protecção e Controlo Ambiental do Mestrado em Ciências do Ambiente da Universidade do Minho no sentido de divulgar e educar acerca dos metais pesados: as suas propriedades, aplicações, efeitos no ambiente e nos seres vivos, assim como curiosidades, actividades, estudos e resolução dos problemas por eles gerados. Assim, convidamos todos os interessados a visitar e participar neste espaço de "alta densidade"!


Saudações metálicas...

Heavy Reading:

http://www.uminho.pt/
http://www.ecum.uminho.pt/